segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Neoclassico-Luis XVI - Diretório

 A Revolução Francesa 

Em 1787, o controlador geral das finanças, Callone, convocou a Assembléia dos Notáveis devido aos problemas financeiros do Estado. Tal Assembléia era formada por representantes do clero e da nobreza, denominados notáveis. A principal vantagem dessas duas ordens sociais era o não pagamento de impostos, e Callone deveria convencê-los a renunciar este direito.
No entanto, a Assembléia não adiantou, pois os notáveis não abdicaram os seus direitos e ainda causaram muitas revoltas.
 Jacques Necker substituiu Callone, e este novo controlador convenceu Luis XVI a convocar a Assembléia dos Estados-Gerais, formada pelos notáveis e pelo terceiro estado (abrangia a pequena, média e alta burguesia).
O clero e a nobreza eram privilegiados na votação, pois o voto era por estado social, ou seja, cada estado só poderia ter um voto dentro da Assembléia, assim essas duas ordens sociais votavam juntas contra o terceiro estado.
O terceiro estado propôs votação individual na assembléia, mas os notáveis insistiam em votação por estado, e foram apoiados pelo rei. Tendo sua proposta rejeitada, o terceiro estado provocou uma manifestação, prometendo não cessar enquanto o rei não aceitasse uma Constituição que limitasse seus poderes.
Então o rei cedeu, ordenando que o clero e a nobreza se juntassem ao terceiro estado, organizando a Assembléia Constituinte. Os produtos alimentícios ficavam cada vez mais escassos, no campo e nas cidades as revoltas começaram a surgir. Espalhavam-se rumores de conspiração aristocrática e da realeza. O rei temia o seu futuro político, então decidiu mobilizar as tropas militares para conter as revoltas burguesas e populares. Em contrapartida, a burguesia organizou milícias populares para encarar as tropas reais. No dia 14 de julho as tropas parisienses tomaram a Bastilha (símbolo da tirania e das arbitrariedades do rei, onde estava localizada a prisão política).
A Tomada da Bastilha foi o marco inicial da Revolução. E o medo de que a revolução camponesa se alastrasse atingindo as propriedades burguesas, resultou na abolição dos direitos feudais, em 4 de agosto de 1789.
No dia 26 de agosto de 1789, a Assembléia Nacional constituiu a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, este documento defendia os seguintes pontos: liberdade, igualdade, inviolabilidade da propriedade, resistência à opressão política e direito à propriedade privada.
No ano de 1790, os bens do clero foram confiscados pela Assembléia Constituinte. Descontentes, os religiosos e a nobreza se refugiaram da França e organizaram exércitos no exterior para reagir à Revolução Francesa. 

A Monarquia Constitucional

· A Carta Constitucional ficou pronta em setembro de 1791, a partir desta data a França tornou-se uma Monarquia Constitucional, sendo dominada pela burguesia..
· A nova Constituição definia que o Poder Executivo caberia ao rei e o Poder Legislativo caberia à Assembléia.
· O rei não aceitou a Constituição, pois não queria perder o poder absoluto, mas seria obrigado a assinar o documento. Então, em julho de 1791, Luís XVI tentou fugir da França para forma um exército fora do país e invadir a França, mas foi preso em Varennes e reconduzido a Paris.
· Em 1792, o exército austro-prussiano avançava rumo a Paris, aumento o medo de uma contra-revolução conspirada pelo rei e pela aristocracia. O exército estrangeiro invadiu a França, com a ajuda secreta da família real que passava os segredos militares para as tropas invasoras.
· As forças francesas, formada pelos sans-culottes (pequenos negociantes, artesãos e operários), venceram os invasores em Valmy, expulsando-os da França no dia 20 de setembro de 1792.

A Convenção

· No dia 20 de setembro de 1792 a República da França foi proclamada, sendo governada por uma nova Assembléia Nacional: a Convenção.
· As forças políticas internas mais importantes desse período foram:
- Partido Girondino - representavam a alta burguesia.
- Partido Jacobino – representavam a pequena burguesia.
· Em 1793, o rei Luís XVI foi julgado na Convenção e condenado à morte como traidor. O rei foi executado na guilhotina em 21 de janeiro de 1793.


O Período do Terror e o Governo Jacobino

· Os jacobinos, liderados por Robespierre, assumem o poder em 1792. Adotaram medidas radicais, como a imposição do Edito do Máximo: tabelamento dos preços máximos. Taxavam os ricos, obrigando-os a pagar mais impostos. Surgiram muitas revoltas contra essas medidas, e o governo jacobino implantou o Terror, executando todos os suspeitos de discordarem de suas práticas.
· Em 1794, Robespierre foi deposto da Convenção. O Governo Jacobino foi debilitado.
· Em 1795, os girondinos assumem o poder, e as medidas jacobinas são abolidas. Robespierre e outros jacobinos foram executados na guilhotina.
· A Convenção começa a elaborar uma nova Constituição, enquanto no sul e oeste do país surgia uma contra-revolução realista que pretendia tomar o poder em Paris, mas foi repreendida por Napoleão. Em seguida a Convenção foi dispensada. 


O Diretório

· A nova Constituição ficou pronta em 1795. A Constituição estabelecia a continuidade do regime republicano que seria controlado pelo Diretório, formado por 5 membros eleitos pelo Legislativo. E era duvidosa a possibilidade da consolidação da burguesia através desse regime.
· O Diretório perdurou até o ano de 1799, foi um período conturbado marcado pelo desemprego e corrupção e muitas revoltas, tanto das baixas camadas quanto da aristocracia.

O 18 Brumário

· O general francês Napoleão Bonaparte, apoiado pela burguesia e pelo exército, aplicou o Golpe do 18 Brumário que derrubou o Diretório e o Conselho Legislativo, consolidando o poder da burguesia.
· Napoleão implantou o Consulado pondo fim na Revolução Francesa.

Napoleão e o Império

· Com a deposição do Diretório, Napoleão instalou o Consulado, de caráter republicano e militar.
· O Consulado era integrado por três representantes, sendo um deles o próprio Napoleão. No Consulado a burguesia era detentora do poder.
· Napoleão teve que superar os problemas da indústria e do comércio que estavam arruinados, alem de reorganizar o serviço público. Para isso criou o Banco da França em 1800, que controlava a emissão da moeda e a inflação, e criava tarifas protecionistas, fortalecendo a economia do país.
· Napoleão elaborou a Concordata que estabelecia a paz entre a Igreja Católica e o Estado; criou o Código Napoleônico, que representava uma reforma das leis existentes no país relacionadas a particulares, família, propriedade, contratos; e reorganizou a educação do país. As guerras externas permaneceram até 1802, ano em que Napoleão assinou a Paz e Amiens, colocando fim no conflito europeu que se iniciou em 1792.
· O êxito da política de Napoleão condicionou a sua elevação ao nível de primeiro cônsul vitalício, em 1802. O Senado concedeu o direito ao Primeiro Cônsul de indicar o seu sucessor, implantando efetivamente a Monarquia hereditária. 


Implantação do Império

· O reinício das guerras em 1803 causou um perigo nacional que condicionou a proclamação do Império. Napoleão se fez imperador hereditário. O Império foi legalizado em 1804 por uma nova Constituição, e um plebiscito foi convocado confirmando a sua instituição.
· O governo de Napoleão foi o mais despótico do que o governo dos outros reis. Aboliu as Assembléias; tirou as funções do Tribunal e dos Corpos Legislativos; a liberdade de imprensa foi revogada; e não existia respeito pelas liberdades individuais e políticas; e até na educação houve interferência, as disciplinas como História e Filosofia foram alteradas, pois estas eram perigosas para o regime.

Política externa

· Em 1803, com o reinício das guerras, a Inglaterra uniu-se à Rússia e à Áustria para derrotar a França. No mar, os ingleses saíram com a vitória (Trafalgar), mas em terra, os franceses venceram os austros-russos (Austerlitz). A Áustria foi expulsa da Itália. Na Alemanha criou-se a Confederação do Reno, que sob tutela francesa, substituía o Sacro Império.
· A França decretou o Bloqueio Continental para prejudicar a Inglaterra. A partir deste novo decreto todos os países europeus seriam obrigados a fechar seus portos ao comércio inglês.
· O poder napoleônico estava no auge, tendo toda a Europa submetida à sua autoridade. O exército, bem organizado, era considerado imbatível. Mas as intervenções da França causavam um incomodo nacional, condicionando movimentos de rebeldia, principalmente por parte da Prússia.
· No ano de 1812 rompeu-se a aliança entre os russos e franceses, pois os russos quebraram o bloqueio contra o comércio inglês. Napoleão decidiu invadir a Rússia, e venceu a Batalha de Moscou, porém foi obrigado a se retirar de forma desastrosa.
· Rússia, Áustria e Prússia, unidas venceram Napoleão em Leipzig, em 1813. E no ano seguinte invadiram a França. Paris foi tomada pelos aliados, que restabeleceram a monarquia deposta em 1792, obrigando Luís XVIII a aceitar o Tratado de Paris.
· Napoleão ficou preso na Ilha de Elba, mas fugiu em 1815, retomando o seu poder. Porém, no embate com a última coligação européia contra a França, foi vencido e aprisionado pelos ingleses na ilha de Santa Helena, onde morreu em 1821.
· Luís XVIII reassumiu o poder, pondo fim no Império. O Congresso de Viena (1814-1815) estabeleceu o equilíbrio entre as grandes potências da Europa: Inglaterra, Prússia, Rússia e Áustria. 
http://blogprofleo.blogspot.com.br/2012/07/a-revolucao-francesa-resumo-8-anos-em.html

História da arte: O ESTILO LUÍS XVI
Neoclássico, Revolução e Diretório

O estilo de arte conhecido como Luís XVI nasceu em 1760, portanto, antes do rei ascender ao trono da França, o que só ocorreu em 1774. Isso vem mostrar que nem sempre um estilo, que toma o nome de um rei, nasce com a nomeação do monarca, e nem sempre termina com a sua morte. Todo estilo sofre um desenvolvimento gradual, suas tendências manifestando-se antes mesmo de ser conhecido.
Um bonheur-du-jour, secretária para senhora de meados do século XVIII, peça feita por Martin Carlin com leve decoração floral e usando placas de porcelana de Sèvres. A curva suave das pernas sugere o fim do estilo Rococó.
O movimento surgido no último quartel do século XVIII, abrangendo inicialmente a arquitetura, pintura e escultura, baseou-se (também) no retorno a formas greco-romanas, mas não foi - segundo historiadores - o mesmo Clássico do Renascimento. Foi acadêmico e romântico. Chamado de Neoclássico ( mais uma vez o entrelaçamento de estilos em um mesmo período), representava uma reação contra o luxo, prazeres e futilidades do período Luís XV, buscando mais simplicidade e ponderação, mais de acordo com a situação econômica da França.
Um acontecimento contribuiu bastante para esse retorno ao classicismo: as escavações das cidades italianas de Herculano e Pompéia, que foram soterradas pelas lavas do Vesúvio no ano 79 d.C. Arqueólogos, historiadores, arquitetos e artistas do mundo inteiro foram atraídos pelo evento, lançando nova luz sobre a antiguidade. Charles Nicolas Cochin foi um dos primeiros a protestar contra as formas sinuosas do estilo Luís XV, exaltando a arquitetura clássica. Também contribuiu na formação do novo estilo o estudo e a paixão pela natureza, de Rousseau e outros filósofos da época. A rainha Maria Antonieta, que ficou famosa por mandar os famintos de Paris, na falta do pão, comerem bolo, gostava do elemento naturalista, pastoral e sentimental. Daí que o estilo Luís XVI é mais romântico que clássico, mas combinando de forma magistral e encantadora as duas correntes.
A reação contra o Rococó do período Luís XV começou na arquitetura, passando para a pintura, escultura e decoração interior. A arquitetura pseudoclássica predomina na França, mas os elementos greco-romanos eram usados sem concepção artística, mais como moda. São bons exemplos da arquitetura dessa época a Igreja de Saint-Sulpice, o Panteão e o Hôtel du Châtelet, hoje ministério do trabalho, todos eles em Paris. Na escultura, destaque para Pajou com sua galeria de bustos e Houdon, autor de "Voltaire Sentado". Na pintura a influência dos estudos de monumentos da antiguidade é observada nos trabalhos de Hubert-Robert e M.me. Vigée-Lebrun. Em seguida vem Greuze se opondo a Watteau e Poussin e Lesueur em oposição a Boucher. O movimento de retorno à pintura de razão e pensamento vai culminar durante o Diretório.
A Revolução estava chegando e a nobreza estava quase falida, fazendo a decoração de interiores ficar mais simples, embora não completamente severa. As salas continuaram simétricas e bem proporcionadas, de pequenas dimensões. As janelas continuavam indo até o chão, retangulares como as portas. Em algumas salas pilastras clássicas emolduravam janelas e portas, algumas pintadas e outras divididas em painéis com molduras. As lareiras eram de mármore, madeira entalhada ou pintada, encimadas por um espelho. As paredes tinham "boiserie" - painéis de madeira pintada em cores claras, rosa, verde ou cinza, mostrando arabescos, flores, guirlandas ou buquês. Tecidos e papel de parede também foram usados e às vezes as paredes tinham espelhos e quadros mostrando ruínas de Roma e figuras clássicas. O teto era em geral liso e às vezes pintado. O piso era de mármore ou de parquê com desenhos geométricos formado por madeira de cores diversas, sendo coberto por tapetes Saboreie e Alburnos.
No estilo Luís XVI os ornatos usados eram de ordem clássica, sentimental e naturalista. Festões, guirlandas, coroas de rosas, arabescos, querubins, cupido, arcos e flechas, motivos pastorais e cenas das fábulas de La Fontaine. O mobiliário Luís XVI segue a simplicidade e elegância de proporções da arquitetura, em oposição à curva livre dos períodos anteriores, passando a apresentar suportes retos, painéis simétricos e ornamentos clássicos. O móvel Luís XVI é leve e pequeno, as pernas encimadas por uma roseta ou patera, com ornamentação clássica, de guirlandas, festões e laços de fitas. A madeira mais usada era o mogno, encontrando-se belos trabalhos de marchetaria e aplicação de bronze. A laca dourada ou preta e o ébano voltaram a serem utilizados e passaram a aplicar nos móveis belas placas de porcelana de Sèvres. Com relação à função de cada peça do mobiliário, o estilo Luís XVI é parecido com o anterior, diferenciando nas linhas retas. Alguns modelos introduzidos no final do período Luís XV, como o "guéridon", "étagère" e "coiffeuse" tornaram-se populares e aumentou o uso da vitrine, onde eram guardadas as porcelanas, peças chinesas e "biscuit" de Sèvres.
REVOLUÇÃO E DIRETÓRIO
Na total impossibilidade de se criar um novo movimento, uma revolução artística tão completa e repentina quanto a Revolução Francesa que trouxe mudanças profundas na política, na filosofia e no social, os artistas, decoradores e marceneiros procuraram mostrar sua lealdade ao novo regime eliminando todos os vestígios que lembrasse a monarquia. No mobiliário Diretório foram mantidas as proporções e linhas retas do estilo Luís XVI, conservando o ornamento clássico. Também as linhas direitas do Neoclassicismo e as curvas do Rococó se combinavam nas mesmas peças de mobiliário. Algumas peças foram pintadas em tom claro e tinham linhas em vermelho e azul, as cores da bandeira. As madeiras mais usadas eram o carvalho e nogueira. No curto período do Diretório, não houve grande produção de móveis, todas as peças fabricadas mantendo as características do estilo Luís XVI com a exclusão dos ornatos que de alguma forma lembrassem a monarquia.

 http://www.areliquia.com.br/artigos%20anteriores/35historiaa.htm,

 

Os estilos franceses

Os decoradores da época dos luises, reis da França, desenvolveram estilos de mobilíário e de decoração que chegam até nossos dias influenciando o design de interiores e de móveis, virou clássico em todo o mundo, foi interpretado, copiado, hoje temos as releituras das peças que davam brilho e luxo aos palácios no século XVII, quando a França se tornou uma forte potência.O reinado de Luis XIV, o Rei-Sol, foi de glória militar, literária e artística. No século XVIII, as dificuldades pessoais de Luis XV agravaram a situação do reinado, depois seu filho Luís XVI, com sua fraqueza, acabou levando à revolução de 1789, quando ele e Maria Antonieta terminaram na guilhotina. Segue então um período de Regência ou Diretório e Império com Napoleão Bonaparte, cada época é marcada por um estilo de decoração, são detalhes que fazem com que seja possível identificar cada período.
A História é interessante para aprendermos um pouco como os artistas de então criaram móveis, tecidos, objetos que chegaram até os dias atuais e ainda encantam. Parece complicado identificar um estilo, porém com um pouco de atenção dá para notar a diferença entre cada reinado até o império.
Estas gravuras de 1907 - sem referência da autoria no local onde as encontrei - mostram claramente como eram os ambientes em ricos detalhes.
dormitório estilo Luís XIII ainda com um certo ar medieval pesado
 
                            sala de jantar Luis XIV com móveis mais leves
                     salão estilo Luis XV desenho dos móveis delicados usando o dourado
 quarto estilo Luís XVI, as cores são suaves

sala Luís XVI os moveis são mais retos

estilo Diretório, móveis de dimensões menores

estilo Império, os móveis voltam a ser mais pesados






 http://www.omovel.com.br/2011/07/os-estilos-franceses.html

Postado por: Bruna, Gabriele, Luciano, Suélen e Thais. 

 

 

 

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