Mesa de Apoio Luis XV
Estrutura em madeira e acabamento em laca preta. Pés no estilo
cabriolet, apresenta curvas sinuosas, conferindo sensualidade à peça.
Entalhes feitos à mão com influência de elementos florais.
Mesa de Centro Estilo Luis XV
Luís XV
O estilo Luís XV designa um estilo de decoração de interiores e mobiliário que se desenvolve a partir de França durante o reinado de Luís XV, entre aproximadamente 1730 e 1750-60 (não englobando todo o período do reinado até 1774). Este estilo é influenciado pelas linhas fluidas e graciosas do rococó e pelo seu repertório de motivos ornamentais, situando-se entre o estilo regência, onde já dá os primeiros passos, e o estilo Luís XVI, que se caracteriza por uma maior rigidez e austeridade. É considerado um dos estilos estéticos franceses de maior impacto, sendo, por isso, alvo dos mais diversos revivalismos ao longo do tempo.
De um modo geral, a estética vai
estar ao serviço da mentalidade da época, da busca dos prazeres do
quotidiano e intimamente ligado à figura feminina, a sua maior
inspiração e a autoridade em matéria de decoração na corte.
Provavelmente a figura de maior destaque no impulso das artes
decorativas é Madame de Pompadour, amante do rei, que o incentiva a
promover a produção artística, como no caso da oficina de porcelana de
Vincennes (mais tarde Sevres) de onde originam muitas das peças usadas
neste estilo.
Commode (Foto: The Metropolitan Museum of Art)
André-Charles Boulle (French, 1642–1732)
André-Charles Boulle (French, 1642–1732)
Nos interiores, onde o salão se destaca como o espaço de eleição para
estar em sociedade, o pé-direito reduz em altura e aplicam-se cores
suaves e tons pasteis nas paredes. O mobiliário torna-se mais
confortável pela redução para uma escala mais humana e as diferentes
peças (agora de fácil transporte) espalham-se por todo o espaço,
convidando ao relaxamento e à intimidade. O mobiliário, que agora não
fica só encostado à parede, relegado para áreas de periferia, passa a
ter um trabalho mais cuidado também nas faces traseiras que antes
ficavam escondidas ao olhar. O acréscimo de riqueza no seio da burguesia
introduz este estilo também nos interiores habitacionais da classe
média.
Writing Table (Foto: The Metropolitan Museum of Art)
Gilles Joubert (French, 1689–1775)
Caracterização formal deste tipo de mobiliário:
- Estrutura escultórica de linhas
leves e curvas sinuosas, assimetria, fluidez, movimento e elegância.
Alta qualidade de execução, trabalho cuidado na decoração e atenção ao
pormenor.
- Materiais: madeiras variadas
(nogueira, faia, carvalho, pau-rosa, pau-roxo, pau-santo, pau-setim,
amaranto), paineis de laca, placas de porcelana e mármore (para tampos),
aplicação de bronzes.
- Pintura e laca: utilizam-se
paineis de laca oriental (ou a imitação designada Verniz Martin).
Principalmente as cadeiras são pintadas, empregando-se menos a madeira
dourada que no estilo anterior.
- Elementos decorativos:
fantasia de inspiração na natureza; desaparece a figura humana e animal
em deterimento de motivos vegetais (flor com caule, de representação
naturalista ou estilizada, sózinha, em ramos ou grinaldas, e folhagens
retorcidas e enroladas); conchas, rochas, cristas de ondas (espuma);
troféus (de música, etc); curvas em C e S; figuras geométricas;
marqueteria de contornos sinuosos.
- Tipologias: Proliferam móveis pequenos e para diferentes fins.
* Cómodas (sem traves horizontais a separar as gavetas), toucadores, mesas com espelho (Poudreuse) etc;
* Secretárias com inúmeras
gavetas e compartimentos secretos, como Bureau-plat, Bureau-abattant,
Bureau dos d’âne, Bureau à cilindre, Bonheur-du-jour (secretária de
senhora) etc;
* Mesas pequenas para escrever, jogar, costurar, etc;
* Assentos estofados de diversas
tipologias de acordo com a função: Fauteuil à la reine, de espaldar
direito; Fauteuil en cabriolet, de espladar côncavo; Fauteuil à coiffer,
com espaldar curvo no topo para permitir apoiar o pescoço e facilitar o
acto de pentear; Fauteuil cabinet, cadeira curva para secretária
masculina; Marquise, para duas pessoas; Chauffeuse, para sentar frente à
lareira;
* A partir dos lits de repos e
canapés desenvolvem-se: chaise-longue, sopha, turquoise, duchesse (à
bateau ou brisées), ottomane, paphose, veilleuse, etc.
- Nomes de destaque: Em geral o
trabalho artesanal das corporações deste período é de grande qualidade.
Surgem os menuisiers, marceneiros que desenvolvem trabalhos em madeira
maciça, onde se destacam Avisse, Tilliard, Foliot, Gourdin, Dellanois e
Cresson. Continua-se também a tradição dos ebénistes para trabalhos de
folheado (folha de madeira) e marqueteria em madeiras exóticas, onde se
destacam Dubois, R. V. La Croix, Migeon e Oeben. No trabalho em bronze
destaca-se Jaques Caffieri e nos trabalhos de laca, as famílias Martin
(Verniz Martin) e Chavalier.
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Postado por: Bruna, Flavio, Thais
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