segunda-feira, 18 de junho de 2012


Civilização Etrusca
             Os Etruscos foram um misterioso grupo de povos que viveram na Itália, na região a sul do rio Arno e a norte do rio Tibre, então denominada Etrúria e mais ou menos equivalente à atual Toscana. 











          Ricos, elegantes e sofisticados, os Etruscos viviam bem a frente de seu tempo. "Eles não pareciam ter aquelas inibições sociais com as quais nos preocupamos". Eles adoravam banquetes e festas, beber e dançar. "Os Etruscos ensinaram os franceses que na época era os gauleses a beber vinho". E diziam que suas mulheres entregavam-se ao amor livremente.













Os trajes utilizados pela civilização eram, geralmente, costurados e drapeados.
Os Etruscos introduziram as tachas de metal na sola das sandálias, oferecendo maior tração e durabilidade. Mais tarde essas sandálias foram adotadas pelo exército romano. A toga mesmo sendo sempre relacionada aos romanos, na verdade tem origem etrusca.





A mulher etrusca participava ativamente da vida pública e se igualavam aos homens, inclusive quando se falava em roupas. Elas usavam mantos e túnicas, semelhantes às vestimentas masculinas. Mas para não ficar exatamente como os homens, usavam adornos, além de sapatos e chapéus diferentes.
Vestimenta Feminina: 
* Túnica longa, justa nos ombros e mais larga em direção aos pés, com mangas que iam até os cotovelos em ponta, o traje era usado sem cinto. Tinha nas costas uma abertura normalmente fechada por fitas, para a roupa se ajustar ao corpo; 
* O decote podia ser alto ou de ombro a ombro;
* Capas longas e retangulares feitas de tecido de alta qualidade, usadas de diversas maneiras; 
* Riqueza em jóias; 
* Cabelos presos em estilo cone; 
* Tingiam o cabelo; 

As mulheres usavam uma veste longa e justa, sem cinto, com meia manga e às vezes com uma abertura nas costas, fechada por fitas quando se vestia pela cabeça e ela era adornada com cercaduras decorativas. Sobre a veste, cobriam-se com uma capa longa e retangular que às vezes poderia cobrir-se a cabeça.
Vestimenta Masculina:
* Mantos feitos de ratângulos ou semicírculos de pano;
* Tebena: manto mais curto;
* Lacerna: manto mais longo; 
* Túnica reta até o quadril e abrindo em direção aos pés;
* Sapatos feitos de couro; 
* Bota alta, amarrada e com a ponta levemente virada para cima;
 


A Idéia rudimentar de Móvel:
           A evolução do Mobiliário está intimamente ligada à evolução da Arquitetura: Utilizar móveis implica em uma existência voltada ao sedentarismo.
Existem alguns registros arqueológicos rudimentares observados em ruínas do Neolítico. Casas rdimentares feitas de pedras com mesas e prateleiras feitas do mesmo material, assim como assentos rudimentares.


 
A Arte da Antiguidade Clássica - Arte Etrusca

          "A importância dada pela historiografia à arte grega anterior ao helenismo é, em grande parte, responsável pela desvalorização, muitas vezes inconsciente, das manifestações artísticas de outras culturas que, de maneira talvez mais modesta, também se desenvolveram na bacia mediterrânica anteriormente ao mundo romano. Uma das culturas mais representativas deste período é a etrusca, cuja extensão no tempo vai do século VIII a.C. ao século I a.C.
A origem dos Etruscos foi, já desde a própria época romana, objecto de grande controvérsia, pelo facto de a sua cultura ter sido marcada por uma acentuada influência oriental (...), cultura essa dificilmente equiparável à tradição itálica (...). Poderíamos agrupar as diferentes interpretações da origem etrusca em três grandes grupos: os que defendem uma proveniência oriental e mesmo grega, baseando-se nas características orientalizantes da sua arte; os que argumentam uma origem norte-europeia anterior às migrações cerca do ano 1000 a.C.; aqueles, finalmente, que defendem a ideia de um desenvolvimento autóctone, uma teoria que se apoia nas particularidades da Língua. Este desenvolvimento autóctone teria sido estimulado por agentes culturais, provavelmente pequenos grupos de imigrantes cuja procedência seria oriental e até mesmo do Centro ou do Norte da Europa."


           "Os séculos VII e VI a.C. viram os Etruscos no auge do poder. As suas cidades rivalizaram com as dos Gregos; a sua esquadra dominava o Mediterrâneo e protegia um vasto império comercial que competia com o dos Gregos e dos Fenícios (...) A própria Roma foi governada por reis etruscos durante cerca de um século, até à implantação da República, em 510 a.C. Os reis lançaram a primeira muralha defensiva em torno das "sete colinas", drenaram a planície pantanosa do Fórum, e ergueram o primeiro templo na Colina do Capitólio, fazendo uma cidade do que até então não fora mais do que um agrupamento de aldeias.
Mas os Etruscos, tal como os Gregos, numa construíram uma nação unificada, apenas formaram confederações instáveis de cidades-estados prontas a guerrear-se e lentas a unir-se contra um inimigo comum. Durante os sécs. V e IV a.C., as cidades etruscas tombaram uma por uma nas mãos dos Romanos. No final do séc. III a.C., todas elas tinham perdido a independência, ainda que muitas continuassem prósperas, a avaliar pela riqueza dos jazigos durante o período de declínio político."


A arte etrusca refere-se à arte da antiga civilização da Etrúria localizada na Itália central (actual Toscana), cujo florescimento coincide com o período arcaico da Grécia e que teve o seu apogeu artístico entre finais do séc. VI a.C. e princípios do séc. V a.C.
As origens deste povo, e consequentemente do estilo, remontam aos povos que habitavam a região (ou que a partir dela se deslocaram) da Ásia Menor durante a Idade do Bronze e a Idade do Ferro, mas também de outras culturas que influenciaram a sua arte (por proximidade ou contacto comercial), como as artes assíria, egípcia, fenícia, grega e oriental. Mas o seu aparente carácter helenístico simples (visto que o seu florescimento coincide com o período arcaico grego) esconde um estilo único e inovador de características muito próprias que viriam a influenciar profundamente a arte grega e romana.


 ARQUITECTURA
         "Um dos maiores problemas com que nos defrontamos ao analisar a arquitectura etrusca nas suas vertentes civil e cultural são os poucos vestígios de estruturas monumentais de que dispomos, ao contrário do que ocorre, por exemplo, no mundo grego ou no romano." Em primeiro lugar, isto pode ser explicado pelo desaparecimento, com o tempo, de cidades e localidades etruscas, e também por transformações urbanas. Em segundo lugar, devemos pensar também na natureza pouco durável dos materiais empregados nas construções arquitectónicas, pois os Etruscos só utilizaram a pedra na construção de muralhas defensivas e em alguns elementos, como os pódios dos templos, e cujo uso só se generalizou a partir do séc. IV a.C.


Arquitectura religiosa:
   
O edifício mais significativo da arquitectura religiosa era o templo, construído frequentemente numa localização privilegiada dentro da cidade.
Assemelhavam-se aos templos gregos mais simples, mas sem a típica elegância dos mesmos e com algumas diferenças: eram templos de pequenas dimensões, com planta rectangular, quase quadrada, e sem peristilo, que evoluíam verticalmente sobre um pódio elevado de pedra, que dispunha, por sua vez, de uma escadaria de acesso na parte dianteira. Todo o resto da estrutura era construída em madeira e tijolo de adobe. O pódio era o elemento mais tipicamente itálico e tornou-se uma das características mais marcantes da arquitectura dos templos romanos posteriores. Sobre este, erguia-se a estrutura de um templo prostilo (com colunas apenas na fachada), com um amplo pórtico de colunas de madeira na parte dianteira, por vezes com duas fileiras de colunas, ao qual se tinha acesso pela escadaria. Atrás do pórtico, a fechar a estrutura pela parte posterior, existia uma cella com paredes de adobe e com uma ou três divisões independentes umas das outras.
Planta de um Templo Etrusco


A cobertura era feita de telhas em terracota que sobressaiam para além das paredes de tijolo, com agueiras largas, para proteger da chuva as paredes de adobe.
As colunas dos templos eram de maneira, embora em alguns dos casos pudessem ter uma base e um capitel em pedra. A coluna totalmente em pedra apareceu mais tarde e apresentava um desenho original que combinava elementos das ordens gregas, como a base jónica e o capitel dórico. O fuste, pelo contrário, tinha um desenho mais singular, já que era liso, sem estrias, e primeiramente não apresentava êntase (adelgamento do diâmetro da coluna a partir do meio do fuste até ao cimo da mesma). Este tipo de coluna é conhecido como toscana e teve grande difusão na arte romana.
O entablamento era configurado por vigas de madeira que suportavam uma cobertura de duas águas cujos beirais sobressaíam ligeiramente da vertical das paredes da cella. Também existia um frontão, que podia dispor de um tímpano igualmente em madeira e que, por sua vez, dava origem a um pedimento (parte interior do frontão) de pequenas dimensões. É importante referir que estes dois últimos elementos apareceram na época helenística grega.
Devido à má qualidade dos materiais utilizados, todas as superfícies eram cobertas com estuque ou placas de terracota decorada, dispostas à maneira de frisos sobre as vigas do entablamento e sobre os extremos ou cabeças das vigas que sobressaíam pelo frontão do templo. O edifício era concluído pela colocação de esculturas em terracota no acrotério e, a partir do séc. III a.C., no pedimento.



Reconstituição de um Templo Etrusco



                        Arquitectura funerária:

O povo etrusco prestou um culto especial aos seus mortos. Por conseguinte, foram os primeiros a produzir uma arquitectura funerária monumental, decorando os seus túmulos com magníficos exemplos pictóricos, nos quais a sensação de verismo é enorme, e apresentando assim autênticos retratos humanos de tipos populares, ao mesmo tempo que um vivo sentido da cor e dos efeitos decorativos.
Ao contrário do que acontece com a arquitectura civil ou cultural, dispõe-se de um número considerável de túmulos que, agrupados em grandes necrópoles, configuram o exemplo mais conhecido e carismático de toda a arquitectura etrusca. Foram construídos segundo quatro modelos básicos: os túmulos de fossa, as cistas, os realizados integralmente em pedra e os hipogeus, quer escavados em planícies quer em vertentes de colinas. Os dois últimos modelos são caracterizados por apresentarem uma ou várias câmaras funerárias.
Um pouco posteriores no tempo, a partir do séc. VI a.C., os hipogeus, possuem duas versões: escavados em ladeiras ou em planícies, que, apesar de terem uma técnica semelhante, apresentam desenhos arquitectónicos diferentes. Assim, os túmulos escavados em planícies, os mais originais, possuem uma forma geralmente circular, embora existam exemplares de forma rectangular ou quadrada, mas de cronologia posterior. Em função do grau de profundidade das câmaras escavadas, a estrutura podia apresentar uma base talhada na rocha, a partir da qual se gerava propriamente o túmulo, cuja forma recorda a de uma meia-laranja. Era nesta zona que se localizava a porta, frequentemente de alvenaria, que dava acesso, por sua vez, a uma escadaria, pela qual se descia até à câmara funerária.
A característica mais impressionante destas câmaras funerárias é que reproduzem muito fielmente, talhado na rocha, o interior da casa etrusca. Dispunham geralmente de um desenho quadrado ou rectangular, possuindo de uma a quatro divisões, onde se depositavam os sarcófagos, com portas e janelas, assim como uma antessala que, em alguns casos, possuía colunas ou pilastras também talhadas na pedra. Noutras câmaras mais complexas, aparece reproduzida a chamada casa de átrio toscano, a domus italica, considerada o protótipo da vivenda nobre, que mais tarde viríamos a encontrar no mundo romano. Existem ainda alguns casos, em que o desejo de reflectir com a maior fidelidade possível o interior das casas levou os escultores etruscos a reproduzir em relevo toda uma série de móveis e utensílios de uso comum, que aparecem situados em paredes e pilares, como se se encontrassem numa vivenda autêntica.



Vista externa de uma Necrópole, em Cerveteri. Séc. VII-VI a.C.


Túmulo dos Relevos, séc. IV a.C. Cerveteri, Necrópole de Banditaccia.


Túmulo dos Capitéis, séc. IV a.C. Cerveteri.




                                 Arquitectura civil:

         Das casas etruscas pouco resta nos dias de hoje pois, ao contrário dos túmulos, eram construídas com uma técnica de terra batida (pisé) semelhante à taipa ou ao tijolo de adobe. Apenas os alicerces eram em pedra, mas mesmo desses, poucos vestígios subsistem pois as colinas etruscas continuaram a ser habitadas e reconstruídas de forma mais ou menos contínua. Contudo, o remanescente destes complexos de construção monumental foi escavado em alguns pontos, deixando ver vastas ruínas de palácios e villae. Usavam planta quadrada e possuíam inúmeros quartos virados para um grande pátio central. Este modelo arquitectural foi muito provavelmente o predecessor das casas em atrium romanas.

Planta de um Complexo Residencial Etrusco



Os etruscos construíram também edifícios públicos, aquedutos, pontes, esgotos, muralhas defensivas e desenvolveram projectos de urbanismo onde a cidade se articulava a partir de um centro que resultava da intersecção das duas vias principais (cardo, sentido Norte-Sul e  decumanos, sentido Este-Oeste).
As suas fortes muralhas eram construídas com aparelho ciclópico, grandes pedras não desbastadas, dispostas ao modo de fileiras e sem qualquer elemento coesivo, como argamassa ou cal, entre elas. O aspecto que merece mais destaque destes circuitos murados é a presença de grandes portas de acesso, as quais eram fechadas na sua parte superior com arcos de volta perfeita ou de meio ponto, feitos de aduelas.
Utilizaram também a abóbada de canhão e a cúpula. Todos estes elementos arquitectónicos eram usados preferencialmente em corredores, aquedutos ou portas de muralhas, nunca nas habitações nem em edifícios de culto.

Porta Augusta, Perúgia, séc. II a.C.

   
      "Encaixada entre duas torres maciças, é uma autêntica fachada arquitectural. Um arco emoldurado de volta perfeita fecha o alto vão; acima fica uma balaustrada (de pilastras anãs, alternando com escudos redondos, motivos manifestamente derivado dos tríglifos e métopas do friso dórico), que suporta um segundo arco, ladeado por duas pilastras maiores."




Porta Marzia (Porta de Marte), Perúgia, séc. II a.C.





Cloaca Máxima de Roma (rede de esgotos), séc. IV a.C.






http://umolharsobreomundodasartes.blogspot.com.br/2009/03/arte-da-antiguidade-arte-etrusca.html
Luciano e Lilian 4n9


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